terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Tempo dos Ciganos: Dançar e Rir com Boa Música

No passado Sábado assisti a um concerto que tinha muita curiosidade em ver. Falo de Emir Kusturica e a sua The No Smoking Orchestra.

Conheci-os em primeiro lugar a partir do cinema, nomeadamente num filme que penso ser do circuito alternativo mas que se tornou uma peça de arte bem conhecida: Gato Branco, Gato Preto. O filme é fantástico, um quadro em que se desenrolam as peripécias e aventuras de uma família (ou melhor, comunidade) de ciganos. A comédia é delirante, o ritmo frenético e as personagens do filme, tresloucadas, porcas e muito, muito apaixonantes! O enredo passa-se no leste europeu, possivelmente na região dos Balcãs.

Para acompanhar este prato tão salgado, picante e diverso, nada melhor do que uma banda sonora que acompanhe tão gostosa refeição.

É o que fazem Emir Kusturika e restantes capangas. Tocam uma música empolgante, hiperactiva e com um ritmo que só dá para saltar e dançar.

Na expectativa de viver estas emoções, fui, com os meus amigos, ao Coliseu dos Recreios em Lisboa assistir ao espectáculo. Não conhecendo a discografia da banda mas alguns dos seu êxitos, o concerto levou-me durante cerca de 2 horas à alegria, à dança e até houve lugar à admiração de algumas habilidades em palco, como foi o caso de se tocar guitarra e violino num arco (penso se chamar assim) do tamanho de uma cana de pesca…

Resumindo, valeu a pena ir, pela música e pelas pessoas que me acompanharam. :)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

HIP-HOP: Mundo Complexo e Ace

O Hip-Hop foi um género músical que chegou relativamente tarde à minha vida. Isto é, nos tempos da minha adolescência, quando a música me acompanhava nas minhas crises exestênciais, não era o Hip-Hop que eu ouvia.

No entanto, com o amadurecimento e a abertura de horizontes que também proporcionamos a nós próprios, conheci outros géneros e com eles o Hip-Hop ou Rap.

Bem, depois desta pequena introdução, gostava hoje de falar de duas aquisições que fiz recentemente. Os Mundo Complexo com "Estamos Juntos", dos qual fazem parte o DJ Kwan, MC Ridículo, MC Tony Moca e MC Tranquilo. A outra compra é ACE, MC dos Mind da Gap que produz e interpreta o projecto a solo "Intensamente".

Em relação aos Mundo Complexo, o que me chamou a atenção foi um videoclip que vi no programa da SIC Radical "Beat Box". O video em questão pertence à música "Pequenos Promenores" e é bonito de se ver, muito original. O tema da música é um elogio à beleza e simplicidade do mundo natural à nossa volta. Com a participação da belissima voz de Melo D, a música é um raio de Sol para ouvir durante todo o dia. Se quiserem, oiçam a letra e a batida aqui, assim como as imagens do video: http://www.youtube.com/watch?v=WkaC_1DWkbY

O álbum é bastante ritmico, com batidas e sonoridades dançáveis. A mensagem é bastante criativa, defensora dos direitos humanos e ambientais e enaltecedora do amor e da amizade.

Quanto, a ACE, desde já digo que sou um apreciador da voz e forma de rapar dos 3 Mind da Gap's. Têm groove e atitude. Também gosto dos pós sonoros com que abrilhantam as suas músicas. São batidas com côr, ritmo e mais uma vez, atitude.

Descobri também este álbum a solo com um videoclip. Neste caso não me lembro onde o vi primeiro. Mas é um clip muito cool, com uma impressionante harmonia entre cores e imagens. A música chama-se "Côr de Laranja" e é uma declaração de intenções de amor em relação a uma mulher. Podem curti-la aqui: http://www.youtube.com/watch?v=S-ntNAKOtyQ
Quanto ao álbum ele é dividido entre batidas e letras que comportam auto-confiança, auto-estima e outras temáticas mais escuras e dolorosas. Gosto particularmente de 1 ou 2 fixas que são exclusivamente sonoras e que na minha opinião, têm muito bom gosto.

E está feito, a minha primeira incursão aqui sobre Hip-Hop. :)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Música Para os Meus Sentidos

Há algum tempo que cheguei a esta conclusão para mim próprio: "Se na vida vivemos emoções tão diversas e se a música é um reflexo das sensações vividas, porquê dedicarmo-nos e ouvirmos só um estilo de música?"

Para mim a música é vida. Não consigo imaginar os meus dias sem um som, uma melodia que me acompanhe. Nem que seja um cantarolar com não mais de 2, 3 notas.

O som atinje-nos o sistema sensorial (os ouvidos), que por sua vez emite mensagens ao cérebro. Este devolve a mensagem sob a forma de emoções e sensações para as nossas vísceras. Quem é que, esteja contente ou deprimido, não sente um peito cheio ou uma barriga que receosa? De um fisico entusiasmado ou abatido para um estado de espirito ou de alma é apenas um passo.

Eu tenho um estilo de música preferido, o rock, sob a forma de música comercial ou alternativa. Mas da mesma forma de que gosto de alternar a minha alimentação e regalar-me com uma massa, uma carne ou simplesmente uma salada, também gosto de alimentar os meus sentidos com rock, funk ou hip-hop.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Hiperactividade e Rock and Roll! - Jon Spencer Blues Explosion

Quero falar hoje sobre uma banda que passou a ser há cerca de 5 anos uma das minhas fontes preferidas de audição. Tenho vários estilos musicais de que gosto, entre os quais o óbvio Rock and Roll. A banda chama-se John Spencer Blues Explosion a a referência aos blues não é casual. Quando ouvir vai imediatamente dizer que a sonoridade não é blues no sentido clássico da palavra mas também vai ligar uma série de aspectos ao estilo e atitude irreverentes, improvisador, melodramático. Os extras residem no toque funky e teatral da voz de Jon Spencer (que muitas vezes está em concerto numa qualquer canção de estúdio).

O que me fascina muito também nesta banda é a multi-sonoridade, os ritmos empolgantes, os caminhos incertos, quase sempre sem amarras a algum elemento. Tanto podemos ter uma sensação de melodia, como em Magical Colours, ACME-1998 (http://www.youtube.com/watch?v=ZhJzM9P_KQ4&feature=related), puro rock and roll em Sweet and Sour, Plastic Fang-2002 (http://www.youtube.com/watch?v=n66ODQPllWE&feature=related), ou improviso e jam em Flavor, Orange-1992. Aqui podemos ver a versão com a participação de Beck (http://www.youtube.com/watch?v=90iaLaPMa9g&feature=related).

São inúmeros os exemplos que poderia dar. Existem bastantes acreditem. Se ouvirem e virem os links anteriores e gostarem vão de certeza explorar e tentar arranjar mais música de Jon Spencer e dos Blues Explosion. Já agora, deêm também uma olhadela a um novo projecto de Jon Spencer, os Heavy Trash. Aqui temos um rock and roll inspirado nos mais antigos. O sentimento blues continua, aliado aos elementos dos Blues Explosion mas desta vez menos estridente e experimentalista. Já agora confirmem: (http://www.youtube.com/watch?v=JedkD2XekmE).