quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cat Power - Descobri uma Caixa de Canções

Aqui há dias despertou a minha curiosidade uma capa de um álbum que eu de repente associei aos quadros do conhecido artista americano Andy Warhol. Não sei se existe a relação mas eu gostei da capa. Não conheço bem o artista contemporâneo mas gosto de construções com cores e simples.

Cat Power. Também achei curioso este nome e talvez não associasse ao tipo de música que encontrei. A artista, que se chama Chan Marshall, é uma escritora de canções que, vim a aperceber-me, já tem alguns álbuns publicados. Estou agora a conhecer mais a sua discografia.

Jukebox, o álbum de que trata este artigo, é um conjunto muito porreiro de músicas para se ouvir. Aliás, mais do que porreiro. A sonoridade é blues, rock, indie rock. A voz é bastante limpa mas forte o suficiente para transmitir bastante carga emocional à sua música. Embora original, a voz talvez faça lembrar a de cantoras como Fionna Apple e já agora P.J. Harvey. O álbum tem por exemplo uma versão de "New Yor, New York", de Frank Sinatra e outras de outros autores conhecidos, pelo que li, mas que eu não consegui identificar.

O piano, a guitarra e a voz dão a este álbum um sentimento de blues, o qual sabe muito bem experenciar com frequência. ;)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Tardes Solarengas - Melo D

Imaginem-se numa tarde solarenga na praia. O cenário é um lençol imenso de azul e verde. Estão também, possivelmente, a beber um sumarento sumo de melão. O vento que vos acaricia a face ajuda-vos a fechar os olhos e a pensarem numa melodia. Sim, em música que acompanhe tal momento tão tranquilo e inspirador.

O cantor de que vos vou falar tem um nome que não poderia ser mais apropriado para um momento assim, um momento de melodia, é ele Melo D (já agora, para quem não nunca tinha ouvido falar deste artista, o seu nome lê-se em inglês, fazendo assim um jogo interessante com o termo, também ele inglês, "melody").

Há cerca de um mês comprei um álbum durante um dos meus passeios ocasionais pela FNAC. Já à saída, lembrei-me de ir investigar na secção de música portuguesa um artista no qual já andava desejoso de apontar os meus ouvidos. Conhecia-o de outras bandas portuguesas, como é o caso dos Cool Hipnoise e de participações em álbuns portugueses de Hip-Hop. Como por exemplo um álbum do qual já falei neste blog, os Mundo Complexo. Aí, Melo D participa na música “Pequenos Pormenores”.

Melo tem uma voz fantástica. Para mim sempre foi delicioso ouvi-lo porque tem um tom muito groovy, tranquilo e cool. Se gostarem dos adjectivos é realmente algo a confirmar.

Em relação ao álbum propriamente dito, que adquiri, este é composto por 9 temas, No entanto cada tema está enriquecido com partes musicais, ora tocadas pela Good Vibes Band, ora rapada por alguns MC’s portugueses. O disco é uma brisa de positividade e de boas vibrações, tudo muito cool e muito bem declamado. Estão lá o reaggae, a flauta, o jazz, tudo numa boa onda de jam session.

Ah, o álbum chama-se “Chega de Saudade” e sabe tão bem ouvi-lo…

P.S. Aqui podem ouvi-lo em dois bons exemplos: http://www.emusic.com/label/Enchufada-The-Orchard-MP3-Download/132768.html

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Comets on Fire - Desejo de Criar

“(…)It was an earthy sound, the rhythm of the heart and life, of love, death, sex and passion—just rock ‘n’ roll shit, ya know? Just letting the music—and the desire to create, and the event of creation—be naked.(…) - Membro dos Comets on Fire numa entrevista, respondendo à relação da banda com as influências do rock psicadélico dos anos 60-inicio dos 70.

Vi esta entrevista na Internet sobre os Comets on Fire há cerca de 2 semanas. Entre outras respostas interessantes retive esta definição acerca da música que esta banda faz. Depois de tentar passar para palavras as sensações vividas ao ouvi-los não encontrei melhor.

Descobri esta banda ao procurar sonoridades que tivessem algo a ver com uma das minhas bandas preferidas, Jon Spencer Blues Explosion, e encontrei-os. Têm intensidade, criatividade e rock como os Blues Explosion. Os Comets são no entanto caracterizados por uma maior profundidade e talvez incerteza nas temáticas (não necessariamente nas letras mas nas sensações despertadas) e nos sons produzidos traduzida também no tamanho das suas músicas que têm em grande parte para cima de 6 minutos.

A primeira vez que os ouvi senti que eles tinham qualquer coisa de especial. E porquê? Pela simples razão de as músicas serem bastante orgânicas e crescerem à medida que chegam ao seu final. Reportando mais uma vez à entrevista aqui mencionada, as músicas dos Comets são seres vivos que crescem, são vulcões que se activam, são sentimentos que se desenvolvem.

Tanto podemos encontrar caos e impetuosidade como harmonia e melodia. Os álbuns que ouvi, Blue Cathedral de 2004 e Avatar de 2006, são diversos neste sentido e uma das coisas que mais me agrada é que ao ouvi-los sinto que a música não está necessariamente prevista (mas claro que está), e o que vou ouvir a seguir depende unicamente de para onde a força criativa e imprevisível a levar.

Para quem gosta de influências anteriores, nomeadamente rock mais antigo e psicadélico, poderá encontrar certas ligações a nomes conhecidos como os Pink Floyd, Doors ou até Jimmy Hendrix. É uma questão de confirmarem e de me darem a vossa opinião acerca deste grupo de americanos de San Francisco e Oakland.

Actualmente podem ouvir 3 músicas completas neste link: http://www.myspace.com/cometsonfirerockinblues , mas onde têm a oportunidade de passar os ouvidos por toda a discografia, embora ouvindo somente excertos das músicas é aqui: http://www.lastfm.com.br/music/Comets+on+Fire Por fim, podem também ver no You Tube algumas actuações ao vivo.